Abstract The paper presents some reflections on the first six months of the new government, taking into account the evolution of the conjuncture in this short period. In particular, it highlights its institutional difficulties in relation to a parliament that is mostly from the neoliberal right and extreme right, and with a strong physiological connotation – which characterizes Brazilian “coalition presidentialism” and prohibits any type of structural change that reduces social inequality. And he points out that the confrontation and overcoming of these difficulties, even if partial, cannot rely solely on Lula’s negotiation capacity at the institutional level; without popular mobilization, which expresses in the streets the effective desire for structural changes as explicitly done in the electoral campaign, the correlation of forces will not become, fundamentally, more favourable.
Résumé L’article présente quelques réflexions sur les six premiers mois du nouveau gouvernement, en tenant compte de l’évolution de la conjoncture dans cette courte période. Il met notamment en lumière ses difficultés institutionnelles par rapport à un parlement majoritairement issu de la droite et de l’extrême droite néolibérales, et à forte connotation physiologique – qui caractérise le « présidentialisme de coalition » brésilien et interdit tout type de changement structurel qui réduise les inégalités sociales. Et il rappelle que la confrontation et le dépassement de ces difficultés, même partiels, ne peuvent reposer uniquement sur la capacité de négociation de Lula au niveau institutionnel; sans mobilisation populaire, qui exprime dans la rue le désir effectif de changements structurels comme cela s’est fait explicitement dans la campagne électorale, le rapport de forces ne deviendra pas, fondamentalement, plus favorable.
Resumo O artigo traz algumas reflexões sobre os primeiros seis meses do novo governo, tendo por contexto a evolução da conjuntura nesse pequeno período. Em particular, destaca as suas dificuldades institucionais na relação com um parlamento majoritariamente de direita neoliberal e extrema-direita, e com forte conotação fisiológica – que caracteriza o “presidencialismo de coalização” brasileiro e interdita qualquer tipo de mudança estrutural que reduza a desigualdade social. E aponta que o enfrentamento e a superação dessas dificuldades, mesmo que parcial, não poderão se apoiar apenas na capacidade de negociação de Lula no plano institucional; sem a mobilização popular, que expresse nas ruas o desejo efetivo de mudanças estruturais tal como feito explicitamente na campanha eleitoral, a correlação de forças não se tornará, no fundamental, mais favorável.